sábado, 12 de fevereiro de 2011

LILY (lírio azul)


In my parents garden blue lilies used to grow. It was there where I painted this watercolor.















Pede-se a uma criança. Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!

A FLOR, Almada Negreiros

2 comentários:

marta disse...

vim aqui parar pelo "lily", e passei pela biblioteca itenerante da gulbenkian (que frequentei em miuda), e pelos cenários e pelos os adultos e pela arquitectura e por 1988,e 20(..) e fiquei encantada. parabéns!

Nuno Fonseca disse...

E assim o blogue cumpre a sua função. :)

 
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