Como nenhuma outra coisa, os desenhos que fiz têm o poder particular de me avivar sentimentos antigos.
No outro dia, no meio dum livro redescobri este auto-retrato que fiz quando tinha para ai uns quinze ou dezasseis anos. Deitei fora a maior parte dos desenhos que fiz quando era adolescente, neste vou tropeçando de vez em quando. Não deve ser por acaso que o guardo meio perdido, é que quando o vejo lembro-me fortemente do momento em que o fiz, lembro-me também de mim e de onde venho. Há nesse reencontro algo de perturbador, que simultaneamente me anima e reconforta.
Os desenhos que fiz alegram-me, com aquela propriedade ilusória que o retorno tem de nos fazer sentir que recuperámos algo.
Sem comentários:
Enviar um comentário